domingo, 26 de junho de 2011

Desafino .

 Se apegar ao passado não é a melhor saída,nunca foi.Viver de lembrança não faz com que o agora seja igual
ao que já foi.Ainda ouço aquela gargalhada,que a muito me fez sentir bem.A diferença é que agora escuto de longe,cada vez mais baixa ecoando aqui dentro,meio desafinada,tal qual uma orquestra sem regente.
  E é quando eu olho pra minha mão,que empunha a batuta,de costas pro coro,mais dando a cara à tapa pra platéia,mais uma vez e mais uma vez.O mundo me aplaude,felicidade interna bruta,abruptamente interrompida
ao meia volta-volver,me deparando com a tua cara de decepção,indo rir em outra filarmônica.Não precisava serm assim,não precisava ser assim.Mas o espetáculo não acabou, não se fecharam as cortinas. E apesar do teatro lotado, a única coisa que rouba minha atenção e aquela cadeira vazia, em que sua ausência grita mais alto do que todos os oboés,clarinetes e contrafagotes.Não precisava ser assim, não precisava ser assim.